terça-feira, novembro 20, 2007

Rimas de um conto épico

Esta é uma história de um amor,

Que nunca aconteceu.

Um amor que nunca foi retribuído,

Esclarecido, sentido, nem ouvido.

Uma história de um amor sem sorrisos,

Um amor nunca correspondido.

Os personagens, um rapaz e sua amada,

Única e desejada,

Que aos poucos tomava seu coração.

Uma garota, humilde e sincera,

Nobre donzela,

Pela qual ele perdeu a razão.

Esta é a história de um nobre apaixonado,

Bravo e dedicado,

Em tudo que fazia.

Sonhador mesmo com barba no rosto,

Aos seus pais nunca havia dado desgosto,

Havia entrado para a cavalaria.

Ela, uma princesa querida por todos,

Muito ouvida, sentia bater seu coração,

Por um príncipe de um reino distante,

Em que um dia em seu cavalo errante,

Viera pedir-lhe a mão.

Olhava de longe a princesa,

Mantendo sempre a certeza,

De que um dia a teria.

Cartas todas as noites escrevia,

Sentado de fronte a lareira sentia,

Seu coração bater de paixão.

Mas em uma tarde de inverno,

A guerra tomou conta do reino,

E uma invasão assustou a multidão.

O príncipe do reino distante,

Com uma aparência rude e sem carinho,

Montado em seu imponente cavalo,

Levou a nobre e quebrou seu coração.

O rei pediu que agissem depressa,

Não aceitava tal desrespeito

E não teve opção.

Mandou seu melhor cavaleiro,

Seu nobre e valente guerreiro,

Para que trouxesse sua filha

E como recompensa,

Ganhasse sua mão.

E dessa escolha nosso protagonista foi o proferido,

Despreparado e sem entender o sentido,

Aceitou a aprovação.

Disse ao rei que a traria,

Sua filha a moradia

E a trataria bem pois desde muito novo

A amava com muita afeição.

O rei lhe deu sua bênção

Lhe entregando a melhor espada,

Dentre todas a mais afiada,

Caso fosse preciso.

Então ele partiu,

Preocupado sentiu,

Algo dentro do seu coração.

Chegando no reino vizinho,

Hospedado pelo príncipe sem carinho,

Pediu a nobre princesa que voltasse,

Mas ela recusou o pedido.

Disse que amava o príncipe.

Então em seu peito,

Uma adaga adentrou.

A dor atingiu seu espírito,

Nem a força ele poderia levá-la.

Mas uma disputa o príncipe travou.

Ele deixaria e nobre ir,

Se o cavaleiro ganhasse a luta.

E o mesmo aceitou.

Lutaria por sua amada,

Que amava outro e não ele.

Lutaria por uma causa perdida,

Arriscando sua vida,

Sabendo que não ganharia ela de verdade.

Então da bainha, sua espada puxou.

Tremendo de medo por dentro,

Mas valente na aparência,

Não transparecendo a inocência,

De um amor sem esperanças,

Ele lutou.

Matou um,

Dois, três bárbaros.

Acabou com dois tigres, um leão,

Estava exausto,

Quando do seu trono,

O príncipe se levantou.

Com um olhar de desprezo

E rindo amarelado,

Pegou sua espada para cortar-lhe a cabeça.

Mas suas forças não se esgotaram

E mais rápido,

Foi seu coração quem gritou.

Levantou sua espada,

Cravando no peito do príncipe

Que nada fez,

E apenas os olhos fechou.

Sua nobre donzela se aproximou chorando,

Perguntando o porque daquela atitude,

Que era ele quem deveria ter morrido.

E respondendo, sem força ele apenas disse

Que tudo o que havia feito,

Foi por amor.

E mesmo ela o desprezando,

Em seu peito o apunhalando,

Continuaria utopicamente guardando a força

Daquele amor não correspondido.

Caiu exausto, foi preso e torturado

Sem mesmo ter sido amado,

Por ele quem sempre amou.

2 comentários:

Anônimo disse...

Teu poema me lembrou "Os trabalhadores do mar", do Victor Hugo!

A história é assim: um pescador simples é apaixonado por uma moça, que é filha de um cara importante, tipo um chefe dos pescadores. Só que o barco desse chefe fica preso numas rochas... Ai a filha diz que vai se casar com quem tirar o barco de lá.

O pescador vai, se ferra um monte, passa fome e frio... Nesse meio-tempo, a moça conhece um loiro almofadinha e eles começam a ter um rolo. Então, quando o pescador volta com o barco, a moça se apavora, porque não queria casar com ele.

Mas o final é diferente do seu poema, porque no livro o pescador se conforma e se mata, hehehehe. "Morrer de amor", típico fim das histórias românticas.

Bia Alper disse...

Que poema liindo!
*-*